domingo, 15 de agosto de 2010
quarta-feira, 21 de julho de 2010
quarta-feira, 14 de julho de 2010
No Comments [como na Euronews às 4 da Matina]
[Curtíssima explicação: a moçoila é a namorada do Casillas.]
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Melancómico
JPC no seu melhor. E Nuno Costa Santos revela-se-me.
Já agora, JPC ainda no seu melhor:
terça-feira, 29 de junho de 2010
O Treinador de Escritório
Só por isso se pode entender a substituição que nos fez perder o jogo. E eu disse-o, até há quatro testemunhas disso mesmo: ele ao tirar o Hugo Almeida e derivar o Ronaldo para o meio tirou o nosso primeiro defesa, que ainda para mais estava a comer a relva. Mas é como o nosso treinador de escritório disse na flash interview: "era o nosso plano de jogo". E com Queiroz sempre foi assim: o plano de jogo, feito todinho no escritório, é para cumprir até ao fim. Mesmo que para isso se tire um dos jogadores que mais estavam a lutar, a ambicionar, a jogar. Cumpriu-se. E faltou-se cumprir Portugal.
PS: se alguém tiver alguma paciência (que não existe quem tenha), é ver nos jogos do professor como as substituições são sempre à hora certa: 50 minutos, 60, 70, 75, etc e tal. É matemático. Falha é como o caraças, que o futebol não se rege por essas regras.
sábado, 26 de junho de 2010
E agora, Esperança.
Aquilo que Saramago mais deixou foi Esperança. O que para um ateu tão convicto é paradoxal. Mas verdadeiro. José Saramago teve alguns começos interrompidos da carreira de escritor. Começou em 1947, aos 25 anos, com um livro que se deveria ter chamado "A Viúva" e que se chamou "Terra do Pecado". Escreveu e editou poesia, com dois brilhantes títulos mas com poucos brilhantes poemas: "Provavelmente Alegria" e "Os Poemas Possíveis". Foi jornalista, escreveu por isso muitos textos de opinião. Mas só começou verdadeiramente a carreira de escritor em 1980 com "Levantado do Chão" ("Manual da Pintura e Caligrafia" serviu de antecipação, se quisermos). Quero com isto dizer que, aquele que a NS títula na capa como "o Nobel mais popular do mundo", começou a sua carreira com 58 anos. Só nos últimos dez anos, Elfriede Jelinek, Pamuk e Herta Müller viram ser-lhes atribuído o Nobel com, respectivamente, 58, 54 e 51 anos. Para não falar de Faulkner e Camus, galardoados aos 52 e 44 anos, respectivamente. Saramago começou a publicar livros a sério com mais anos do que muitos viram o prémio em questão.
Por isso falo de Esperança, assim, em maiúscula. É possível construir uma carreira de escritor, instituir uma literatura, sem ter começado aos 20 ou 30 anos a editar grandes livros. É certo que a percentagem de escritores que começou a publicar grandes livros com essa idade é bem maior do a que se iniciou com mais que 50 anos. Mas o que vale é que a percentagem, a média, e outras grandes referências estatísticas valem sempre o que valem: quase nada. (Um amigo contou-me que a média é muito gira: se ele tiver dois frangos e eu zero a média é um mas eu fico com fome.)
Eu comecei cedo - cedo demais - a publicar livros. Tinha 22 anos. Vale-me que os meus primeiros livros eram tão maus que ainda posso ter a esperança (assim, em minúscula, que a do Saramago é para aqueles que querem mesmo a carreira) de ter várias carreiras interrompidas.
sábado, 19 de junho de 2010
E agora, José
Mas Saramago. O reconhecimento foi em vida. Os livros foram lidos em vida. Foram publicados em mais do que muitas línguas em vida. Ontem o Público dizia online dos prémios: contei quarenta doutoramentos honoris causa, ao mesmo tempo que o ouvia na televisão numa entrevista antiga dizer que se Cavaco é doutorado honoris causa em Literatura pela Universidade de Goa, ele pode vir a ser em Medicina e fica tudo certo. Para comparar basta saber quem era Saramago no mundo e quem é Cavaco ou outra figura portuguesa. Saramago, Amália, Eusébio (se quisermos ser simpáticos...) e nada mais, convenhamos.
Mas e agora? Agora Soares mais uma vez cheio de razão: Saramago merece o Panteão Nacional. As suas cinzas ficam em Portugal, mudou de opinião depois de ter declarado publicamente que as queria junto a uma árvore em Lanzarote. Fez portanto as pazes com o país que o obrigou a ir embora. É altura de Portugal fazer as pazes com ele.
Saramago era uma pessoa de ódios e de amores. Não foi santo nenhum, como se viu no PREC. Mas isso não invalida que seja, só, o escritor português mais conhecido no mundo. Vivo ou morto, para que não restem dúvida. Como ele, nenhum. E o Panteão não deve ter santos - esses ficam nas igrejas. O Panteão deve ter isso sim aqueles que souberam fazer de Portugal mais do que o rectângulo plantado no extremo ocidental da Europa. Saramago soube porque sabia escrever como muito poucos. Uma lição.
Ao seu comunismo militante e às vezes tão incoerente; à sua personalidade que se poderia considerar vaidosa - mas com razões para tal - digo nada. Interessa-me verdadeiramente a Obra. E essa, quer se queira quer não, é das maiores de sempre em língua portuguesa.
Fará falta.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Três jogos e tudo para casa
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Ellen
É que a Ellen leva a coisa a um limite como nunca vi. Certo: tem graça no monólogo de entrada porque aproveita o facto de ser actriz e comediante para que o início seja interessante. Mas depois dança, meu Deus, dança. Vai para o meio de um público que é muito melhor (pior) do que o das outras moçoilas no que aos gritos histéricos diz respeito e dança. E depois faz coisas interessantíssimas: product placement como nunca vi. Não há um único programa em que não ofereça às histéricas todas alguma coisa. E elas gritam como trengas porque vão levar um cd ou um dvd para casa. Depois mete uma mulher com graves dificuldades financeiras num cilindro onde as notas voam e ela as tem de apanhar. Coisas mesmo elegantes. Eu adoro a Ellen. Acho que é espectacular o seu programa. Leva os talk shows das talkshowhostas com um nome só a um nível de profundidade como eu nunca vi. E eu vi a Oprah a dançar em Chicago com os Black Eyed Peas, eu vi.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Gullar
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Maria do Rosário Pedreira
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Flamingo
Será que estava errado, afinal? Quero crer que não. Mas infelizmente acho que sim. Raup e Sepkoski nunca viram verdadeiramente provadas a sua periodicidade estatística. E Némesis ficou apenas no meio de um sorriso de um flamingo.
terça-feira, 11 de maio de 2010
O Luto
segunda-feira, 10 de maio de 2010
terça-feira, 20 de abril de 2010
Um Produto Revolucionário
[Na RTP2, com legendes, era mais melhor bom; mas mesmo assim, é excelente.]
PS: Infelizmente, devido a HDs ou coisas assim que eu não sei nem nunca vou saber, só se vê uma parte do visor. Enfim... Fica aqui o link directo, mais simples:
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Bono por D. Clotilde
Mas antes vocês digam se não é verdade: esta música é perfeita. Tirando o segundo 25 do terceiro minuto, em que ele diz "sisters, brothers". Este gajo rimou "amor" com "dor" numa música perfeita. Não dava para manter o nível do resto do texto? Não que o nosso - tão nosso! tantos nosso! - Bono Vox seja Whitman, Auden ou Hughes - mas pelo menos não é (tirando o segundo 25 do terceiro minuto) a D. Clotilde Nóvoa, que, agora que está reformada e encontrou o amor depois de ter ficado para tia, percebeu que sempre foi no seu íntimo poeta toda a sua vida e editou o seu primeiro livro de poemas - eróticos, claro - de título "Amor de Irmão e de Coração" e cujo primeiro poema é:
Estive só com esta dor,
Só trabalhei com as mãos.
Chegou-me tarde o amor,
Minhas irmãs e irmãos.
Agora vou-me desforrar,
Com o meu amado brincar.
Vou ser feliz e dar as mãos
Como se fôssemos irmãs e irmãos.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Música Fixe
E, sendo tão dedicado, vale por dois. Temos Blur em Hide Park em 2009 (de que já falei uns posts abaixo - estou cansado, são uma e meia da matina, o link demora mais do que as palavras: façam lá scroll); e temos o video original, retirado do youtube também, mas nitidamente sacado à má fila da televisão. Agrada-me mais o pirateio de Hyde Park do que o video, que me parece extremamente datado. Além de que o Damon Albarn engordou uns quilitos, coisa que para quem aconteceu algo de semelhante (como eu...) só o enobrece. Como diz o outro: quinze anos "é muito tempo".
Mas a música, essa, é muito fixe, como diz o meu melhor amigo.
Partilho outra coisa, já que só são duas menos vinte: fui a Benidorm numa "visita de estudo" pelo liceu em 1992. Dantes Lorent del Mar (ou algo assim) chamava-se Benidorm e as viagens "de estudo", não de finalistas de merda nenhuma, que finalista é-se na faculdade: "finalista" - aquele que vai finalizar; o décimo segundo ano é só o meio do estudo, ora essa. Mas voltando aos Blur: e posso jurar quase a pé juntos que dancei esta música nas discónigthes de Benidorm. Será que em 92 já tinha saído como single? É que ela é só de 94, álbum "Parklife". Puta que pariu a memória.
Benidorm: aluguei uma vespa, andei como um trengo pelas escarpas com o cabelo e as borbulhas ao vento. E, sim, comi pela primeira vez no McDonalds. Foda-se, que eu estou velho.
[Acabei de reparar que o video "oficialmente" pirateado acaba antes do fim, o que quer que isto queira dizer. Há um video com a letra, que gostava de colocar a seguir. Mas não o faço: os inteligentes meteram uma caveira como fundo e esta música é a "música fixe". Pra puta que pariu as caveiras. Fica o video a acabar antes do fim, que os cabrões da EMI não me deixam colocar aqui o link. Já comprei os discos, ó tansos! Agora era só mesmo para digulvar, ó palermas. Inteligentes, esses gajos. Por isso é que negócio da música está de vento em "poupa". PS: o segundo está HD. Fodeu-se. Ide ao youtube e deixem-me ir dormir.]
domingo, 11 de abril de 2010
V de Vingança
domingo, 4 de abril de 2010
O Circo Chen Chegou à Cidade!
quarta-feira, 31 de março de 2010
Não perder os três na LER!
Matt
[Adenda: acabei de descobrir que videos HD chapéu nesta Rua. Podem ver o Matt, mas só a dois terços, que o outro terço só mesmo rezando no youtube. Ide lá mas venham pela sombrinha. O que eu quero mesmo dizer está no fim, e faz sentido depois de visto em condições o segundo video.]
A história conta-se rapidamente: um rapaz que há uns anos resolveu viajar pelo mundo. Um amigo que a certa altura lhe disse faz lá a tua dança estúpida para eu gravar. A ideia de fazer a dança estúpida em todo o lado. Um video no youtube, um apoio de uma empresa, e a dança estúpida em todo o lado. Esta:
Anos depois, nova ideia: muitos emails recebidos das cidades onde dançou estupidamente e porque não chamá-los para gravarem todos novo video? Desta vez, ele e muito mais gente. Aqui:
Coloco-o na Rua da Castela não só pela dança estúpida. Nem pelo facto de ao segundo 53 aparecer o Terreiro do Paço (parem lá a imagem, ora vejam). Não. Coloco-o porque este video é um dos maiores hinos que conheço à raça humana. A este animal que tem em si tanto de único como de universal. As pessoas riem. Os miúdos saltam. Toda a gente dança estupidamente. E o Matt, no meio, sorridente por saber que está a permitir um abraço entre todos os povos deste planeta. A globalização não é só o G7, 8 ou 23. A globalização também pode ser isto.
terça-feira, 30 de março de 2010
Blur
Os Blur sempre foram bem melhores do que os Oasis. Em 1995, no auge do britpop e da guerra dos irmãos Gala não sei quê com os Blur, eu torcia por Damon Albarn e os três compinchas. Damon é um artista a sério, não é uma prima donna como qualquer um dos irmãos Gala não sei quê. Não que estes não tenham feito coisas jeitosas, que fizeram. Basta ouvir Don't Look Back in Anger para confirmar. Mas pouco mais do que isso.
Os Blur têm muito mais. Têm To the End. Têm Parklife. Têm Tender. Têm Country House. Têm Girls and Boys. Têm Bettlebum. Têm Song 2. E têm este The Universal, com que encerraram o concerto de Hide Park, no Verão passado. Depois de muita dor na separação, a reunião confirmada para a separação amigável e mais certa. Um concerto memorável, ou assim mo mostra o DVD. Ou assim o lembro em 1997, Zambujeira do Mar. Estive lá e respirei bem aquele pó ao som da Song 2.
Fiquem com o video da The Universal. Grande canção, esta. [Infelizmente com publicidade. Lamento, não consigo tirar esta, digamos, merda.]
domingo, 28 de março de 2010
Otelo, o Primeiro Homem da Luta
Bolonha
Esta viagem foi diferente. Tão cansativa. Mas ao mesmo tempo, não sei bem porquê, reveladora. Nomeadamente de algumas coisas que me parecem importantes de referir. Assim:
- Em Bolonha come-se muita massa. Espanto maior é, existindo o petisco, não existir o nome "massa à bolonhesa".
- Em Bolonha a polícia quando precisa de andar mais rápido usa o Lamborghini que tem na esquadra.
- Em Bolonha a maior parte dos polícias andam de Ducati.
- Em Bolonha não hás revisores nos STCP / Carris lá do sítio. E não há tanto que ninguém paga bilhete nos autocarros.
- Em Bolonha um dos mais interessantes insultos a um jogador (ouvi-o bem alto, atrás de mim, a um jogador do Roma) é "extra-comunitário".
- Em Bolonha, por debaixo da biblioteca pública, há ruínas romanas (bem, bolonhesas, convenhamos). Nelas, um dos caminhos vai dar, em linha recta, directamente a Roma. Por alguma coisa "todos os caminhos vão dar a Roma".
- Em Bolonha descobri que os irmãos Koala não existem na televisão australiana. Na Austrália, basicamente, ninguém sabe quem é que são o Franco e o Beto.
domingo, 7 de março de 2010
The Cranberries
The Cranberries
[Twenty One]
Ao André
O Rambo encostado ao balcão da kitchnet, mil novecentos e noventa
e quatro. O Jonas sonhava com a Sandrina e o André guardava as laranjas
no saco para que pudéssemos, na tarde seguinte, fazer nova pontaria
às gaivotas que planavam junto ao sexto andar da casa da Alexandre
Herculano – e o Douro, em baixo, amparando a Serra do Pilar.
Vinte e um, Jorge, mal sabes tu o que é ter vinte e um anos. Eu não sabia.
O Rambo dizia da velhice como se a morte lhe estivesse já tão perto e a mim
e ao André só restasse esperar. Em mil novecentos e noventa e quatro
tínhamos ambos dezassete anos. Ele já tinha feito vinte e um, a música
dos Cranberries soava a um futuro distante. Passaram mais de dez anos.
As gaivotas continuam a planar sobre o Douro, a Serra do Pilar amparada
pelas águas, mas as laranjas acabaram quando mudamos de casa. O Jonas
esqueceu a Sandrina. O Rambo terá agora bem mais de trinta anos. E os
Cranberries soam à adolescência roubada pelo tempo – vinte e um, vinte e um,
vinte e um.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Joaquim
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Rio Sabor
Some-se a isto a catástrofe que a metereologia tem trazido e perceber-se-á que o que vou dizer de seguida pode até ter algum sentido.
Acho que o Homem é um predador. Que encontrou uma maneira interessante de sobreviver como espécie - a tecnologia - que permite que as condições de vida dos seus espécimens sejam bem mais interessantes do que as dos outros predadores. Conforto, portanto. Preguiça. Estar sentado num puff a escrever um post num blogue enquanto vejo a nova temporada do Project Runway, depois de um banho bem quente e vestido de um pijama aconchegante. E que tudo isto não traz nada de mal. Nada. Ou o que traz, compensa. Pois, estamos a estragar o Ambiente, a Terra, os outros animais. Que pena. Nenhuma. A Vida é assim, e já antes os dinossauros estragaram muita coisa e nem cozinhavam antes.
Ou as glaciações; ou a deriva dos continentes no Pérmico que fez com que 95% da vida da Terra desaparecesse à 220 milhões de anos. Ou o cometa que aterrou com estrondo no Golfo do México há 65 milhões de anos e terminou com o apetite tártaro do T-Rex.
Mas posto isto, também não acho que seja preciso ser mauzinho. Parece que há um único rio na península Ibérica que ainda não teve estragos de maior às nossas mãos. E que ainda para mais se chama Sabor. E se o deixassem "sugadinho"? É mesmo preciso o raio da barragem? Não seria de fazer mais uma noutro já devidamente estragado e deixar este a correr como sempre correu?
Não que isto seja assim tão importante, convenhamos. Daqui a umas décadas a adolescência tecnológica terminará como terminam muitas: com uma passagem para a idade adulta devidamente marcada por esse período de borbulhas e camisas estampadas, muita coisa para tratar no psicanalista. Quero com isto dizer que não, que não vamos desaparecer. Que não, que a Terra não vai acabar. Só vamos é deixar de ser 6 biliões para sermos uns milhares ou poucos milhões em bolsas de sobreviventes. E que a Terra, essa, rir-se-á de nós tornando os rios entretanto barrados em novos e magníficos paraísos de selvajaria ou, digamos assim, natureza secundária e novamente virgem.
Até lá, deixem o Sabor em paz; divirtam-se mas não sejam mauzinhos, por favor.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Maria Taylor
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Perry Blake
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Todos os Dias
Escrevi o romance entre 2002 e 2004. Saiu na Dom Quixote, pela mão do João Rodrigues, faz agora exactamente quatro anos. A capa, do Atelier Henrique Cayatte com a Rita Múrias, tinha uma fotografia de Stuart Staples, o vocalista dos Tindersticks. Foi apresentado na Casa das Artes de Famalicão pelo António José Teixeira.
Escrevi-o como se de um projecto de arquitectura se tratasse. Cada voz sabia o tinha de dizer e como dizê-lo. Sentava-me, abria o ficheiro, colocava a banda sonora inicial. Esta que podem ver e ouvir em cima.
Todos os dias acordo com o Manel deixando o André à guarda da minha Lucinda.
É certo que depois o Manel ficou Fernando, o André, Rafael e a Lucinda, Justina. Mas já existiam todos na primeira frase, escrita também em Fevereiro, mas de 2002. Há oito anos. Time flies, se não for mais é o título de um álbum dos Vaya con Dios.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Rosa
domingo, 31 de janeiro de 2010
Todos os Dias
FADE IN:
INT. QUARTO DE AUGUSTO - NOITE
AUGUSTO está deitado na cama, seu leito de morte, muito magro, pálido e em sofrimento. Vem definhando progressivamente devido a um cancro.
Na cabeceira da cama está a sua avó CACILDA, afagando-lhe a testa.
CACILDA
Como te disse, o JANELA pregou-lhe duas estaladas – e tu bem sabes como ele é a calma em pessoa – e o rapaz fugiu para nunca mais voltar, parece-me. Devias ter visto o Putzi atrás dele a ladrar.
AUGUSTO sorri penosamente.
Ouve-se o som de dois toques na porta do quarto, onde está MANUELA, cunhada de AUGUSTO, com um sorriso triste
MANUELA
Posso?
AUGUSTO tenta retirar o braço de debaixo dos lençóis, dando-lhe sinal para que entre.
CACILDA
Eu volto mais logo.
CACILDA levanta-se, beija AUGUSTO na testa e sai.
MANUELA aproxima-se da cabeceira da cama. Senta-se na cadeira onde estava CACILDA.
MANUELA
Como estás?
AUGUSTO encolhe um pouco os ombros. Tira finalmente a mão de debaixo dos lençóis. Toca-lhe nos cabelos, pede-lhe que aproxime da sua boca com o ouvido.
MANUELA
Diz.
AUGUSTO
Eu amo-te.
MANUELA sobressalta-se um pouco, afasta-se levemente de AUGUSTO. Já mais calma, como se essas palavras fossem as esperadas, afaga-lhe o cabelo. Tem um misto de ternura, pena e distância no olhar.
MANUELA
Amar é bom, meu querido.