quinta-feira, 20 de maio de 2010

Maria do Rosário Pedreira


Conheço a Rosário há muitos anos. O que até parece verdade se seguirmos o lema do Paulo de Carvalho do "dez anos é muito tempo". É há dez anos, isso mesmo. Sou um dos amigos que chegou até ela por outro lado que não o da edição (foi a poesia) mas que deixou - como não, se somos os dois editores? - que a edição contaminasse salutarmente a relação. É a melhor editora de literatura portuguesa em Portugal. O Todos os Dias, que continua a ser o livro que escrevi que tenho mais próximo do coração (e que temo nunca há-de deixar de ser) não seria sequer livro se não fosse ela. Mesmo que, por razões circunstanciais, até nem tenha chegado a ser ela a editá-lo - foi o João Rodrigues, que é o melhor editor de literatura portuguesa em Portugal. Ela ensinou-me muito, não conheço maior homenagem do que estas palavras. E um escritor que não quer aprender só pode ser uma merda. Talvez o seja: mas agradeço-lhe o facto de me ter ensinado o suficiente para não ser uma graaaaaaaaaaande merda. Claro está, se falho, é porque não aprendi. Como editora, não há melhor.
Tudo isto para dizer que ela tem um blogue novo onde vai falar de livros nas suas horas extraordinárias. Vai direitinho para a lista ao lado e fica aqui.
E ainda: a Rosário é, além de editora, escritora. Do Detective Maravilhas e, em parceria, do Clube das Chaves, que tenho a honra de editar neste momento na Pi. De um lindíssimo romance que editei nas Quasi. E de poesia, ah, de poesia. A Rosário é uma maravilhosa poeta. Bissexta, infelizmente, mas já com três livros que a confirmam como um dos nomes incontornáveis da poesia contemporânea portuguesa.